terça-feira, 9 de março de 2010

MULHER ESPECIAL

Mulher linda,
meiga e sensual,
acima de tudo,
especial,
eu habito além das nuvens,
num plano muito mais elevado de vida.
Não sou um deus,
mas não mais pertenço a este mundo,
confuso,
egoísta
e, essencialmente, materialista.
E, justamente por isso,
te amo serenamente
e não sofro com a tua indiferença,
pois, mais dia, menos dia,
te encontrarei na imensidão do cosmo.

No momento,
de uma outra dimensão,
eu te observo.
À noite,
visito teu quarto,
durante o teu despreocupado sono.
Se faz calor,
sopro uma brisa da Antártida
no teu corpo seminu.
Se faz frio,
te cubro com o cobertor do meu abraço.

Quando sonhas fantasias eróticas,
é porque
eu estou no mais profundo do teu ser,
te amando, te possuindo.
Se não me identificas,
é porque de tudo faço
para permanecer no anonimato.
E se no sonho
há flores e borboletas,
fui eu que as desenhei e criei,
somente para te oferecer.

Mulher especial,
sou um passarinho
na gaiola do teu coração.
De tanto dizer teu nome
e cantar aos ventos
que te amo,
até as pedras já decoraram
essa canção de amor.
Nas areias seduzidas pelos mares,
sou o sol ardente
que desenha a tua sombra.

Mulher especial em forma física
e em concentração de energia,
tenta adivinhar o quanto te quero!
Tenta entender
quão maravilhoso é esse amor!,
composto de gestos vagos,
de meias palavras,
de breves toques de mão.
Enjaulado está, no fundo do peito,
um amor sutil,
suave como uma pluma no ar,
mas, assim mesmo,
incendiado de desejo,
esse desejo louco e travesso
de beijar teus lábios
e penetrar no labirinto do teu corpo.

És para mim,
a deusa da lua,
a rainha das estrelas.
Mulher especial,
estás me enlouquecendo
e nem tomas conhecimento
do meu sinistro sofrimento.

Algum dia, quem sabe,
se houver tempo,
tenta descobrir,
no mais profundo dos meus olhos,
a tristeza,
a angústia
e a solidão,
que eu forçosamente escondo
atrás da cortina
de um disfarçado sorriso,
ora falsamente alegre e atrevido,
ora bobo e sem sentido.
Tudo isso,
tudo isso apenas
porque te amo,
desde o primeiro instante
em que o sol banha de ouro a terra,
até a hora sublime do gotejar do orvalho.

Nada te peço,
pois me conformo
em te amar distante e calado,
pois muito já tive
– e nem queria tanto! –
e não te mereço,
porque sou um amante bandido,
um boêmio sonhador,
incompreendido e amaldiçoado.

Te amo em pensamento
e isso nem torturado confesso
– somente ao papel revelo
esse meu segredo desastrado.
Mas, quero que saibas,
é um amor tão puro e tão profundo,
pelo qual até pecados cometo.

Por esse amor,
dedicado a uma mulher especial,
sou capaz de enfrentar guerreiros,
e talvez até suportar
a ira dos céus e dos infernos.


Baby Espíndola


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Palhoça, madrugada de 30 de março de 1999.

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