terça-feira, 25 de outubro de 2011

QUE SAUDADE

Baby Espíndola 

Que saudade!
Não sei se vou aguentar
até o fim da tarde,
quando canta o sabiá.

Quero muito te encontrar,
mas luto comigo mesmo
para não te procurar...
E por isso sofro tanto!

Te encontro no sol radiante,
te sinto na chuva e no orvalho,
te sonho numa estrela cadente,
te aposto numa carta de baralho.

Queria te ganhar, 
queria te prender,
queria te amar,
e nunca mais te perder.

Mas o destino foi ingrato
ao criar dois endereços;
te levou a outro bairro
e me deixou no desespero.

Que saudade!
Não sei se vou aguentar,
até o fim da tarde,
quando canta o sabiá.

Mil vezes disco teu número,
mas desligo o telefone,
e vago quase sem rumo
dizendo baixinho o teu nome.

Eu preciso te falar,
olhando a lua faceira;
eu desejo te amar,
sob uma chuva de estrelas.

À noite aumenta a angústia
com o ataque da solidão,
te canto em todas as músicas
nas rimas da nossa canção.

A canção que fala de amor,
de um amor desesperado,
que também rima com a dor
de um homem magoado.

Que saudade!
Não sei se vou aguentar,
até o fim da tarde,
quando canta o sabiá.

{Palhoça, 12 / 11 / 1998}