quarta-feira, 3 de março de 2010

AINDA ESTOU TE AMANDO

Tu nem sabes
o desgosto,
que teu desabafo provocou
em minha alma,
já tão sofrida, tão magoada.
Justamente porque,
dos teus lábios,
pétalas de sensualidade,
eu só esperava palavras perfumadas
de carinho e de conforto.

Enquanto te ouvia dizer,
que não me amas,
vi a casinha com jardim, lareira e varanda
desaparecer no horizonte,
como uma fugaz miragem.
Tenho a impressão,
que ela foi consumida por um incêndio,
de maneira irremediável.

Uma tempestade de ventos uivantes
varreu teu rosto,
para bem longe dos sonhos,
deixando um rastro de desolação.

De repente,
as flores perderam a cor e o perfume,
as folhas murcharam
e foram arrastadas pelos ventos.
As águas dos rios, lagos e oceanos
transformaram-se em areias do deserto.
E a minha vida,
que a teu lado era um céu,
virou um inferno.
Um inferno com mil demônios,
todos cantando
cantigas de maldição e desengano.

Porque não me amas,
até os passarinhos já não cantam mais.
E os abutres e chacais
devoram a noite,
a noite que, sem o teu amor,
eu escolhi para ser a minha amante.

E pensar que durante muito tempo
eu deixei a minha vida
pra viver a tua;
deixei o meu sorriso
pra sorrir o teu;
esqueci das minhas lágrimas
pra chorar as tuas.

Com a tua indiferença,
tu estás matando
mais um pedaço da minha vida,
como um lago que seca
lenta e sofridamente, no verão.

Eu sei, pretendias apenas ser sincera
– e até te agradeço a boa intenção –,
mas o recado foi muito duro de suportar,
e isso machucou demais.
Ao dizer palavras tão amargas,
justamente para quem tanto te ama,
me deixastes tão confuso,
que nem mesmo sei mais
a diferença entre o sol e a chuva.

Desde quando teus lábios decretaram
o fim de uma história
que – eu acreditava! –,
tinha um enredo de amor,
morreu a vontade de viver,
a esperança de um dia ser feliz.

Relembrando, constato,
era um momento tão difícil (!),
uma sinistra mistura de ilusão e solidão.
Justamente quando eu mais precisava de apoio,
veio o fulminante abandono.

Só em pensar
que não vou mais tocar em tuas mãos,
que nunca mais beijarei a tua boca,
que nunca mais faremos amor,
nos olhando nos olhos,
sou imediatamente assaltado pelo desespero.

Mas, não faz mal,
se morreu um sorriso,
que era sincero e franco.
Pois, até os reis choram,
sentados em seus tronos.
Nem importa mais,
se no jardim da felicidade
germinou o pranto.

O que importa
é que, mesmo desprezado,
guiado pela brisa da resignação
e pelo dom do perdão,
eu não sinto nenhum rancor.
Pois, apesar de tudo,
ainda estou te amando.


(Baby Espíndola)

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