domingo, 5 de junho de 2011

ANGEL

Angel,
onde estás agora,
quando, desesperadamente,
te busco na madrugada?
Provavelmente, dormes,
inocente e meiga,
e sonhas um mundo encantado.


Sonha, sonha, Angel!,
sonha com as rosas!,
e deixa que eu me preocupo
com os espinhos.
E até proponho:
ignora as minhas feridas!
– Pois em teu rosto tão lindo
não devem morar a dor e a angústia.


Sonha!, Angel,
Angel,
angelical e maravilhosa criatura
dos cabelos de ouro,
e nem te preocupa com o mundo,
pois, deste senhor tão confuso,
eu corajosamente cuido.


Para que teus passos sejam suaves
e sem cansaço,
eu marcho à tua frente,
retirando pedras e obstáculos.


Para que teus olhos só vejam a beleza,
desenhei rios, lagos, mares e montanhas,
e pintei o céu de azul.
No alto do mundo, pendurei o sol
para te aquecer;
criei as nuvens,
para que tenhas sombras;
a ciumenta lua,
para te admirar;
e as estrelas,
para te guiar à noite.


Angel,
também inventei a água
para aplacar a tua sede;
as flores,
para perfumar o teu caminho.
E para os teus momentos de tristeza e dúvida,
imaginei um oásis de carinho.


Do fundo da terra,
escavei as pedras,
que se transformam em ouro e prata
à tua encantadora passagem.


Angel, Angel,
para agradar aos teus ouvidos delicados,
espalhei pelos campos e florestas,
milhares de passarinhos.


Mas, Angel,
se tudo isso não é o bastante
para te fazer feliz,
então, humildemente,
eu te ofereço o meu amor.


Porém, se ainda assim,
permaneceres indecisa e infeliz,
pelo muito que te amo
– este amor tempestuoso
e de incendiado desejo –,


Angel,
incondicionalmente,
eu te ofereço
a minha vida.


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Madrugada de 12 / 04 / 99.


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