Baby Espíndola
Quando
as gaivotas desenham montanhas e canoas,
em vôos rasantes sobre as águas
da Lagoa...
Quando a lua cheia enche de
mistério
os desenhos e labirintos das
teias de aranha,
que brotam dos bilros das
rendeiras...
Quando teu corpo delicado e
carinhoso
estremece de frio,
ao final de uma tarde
preguiçosa...
Então, é hora de te abraçar sem
pressa,
para te proteger dos ventos
uivantes do sul.
Entre um café e um doce,
te dedicarei cento e cinqüenta
beijos.
E bem mais tarde,
à sombra de outros telhados,
recordaremos do café do fim de
tarde,
das garças brancas,
que demarcam os barrancos da
Lagoa.
E como esquecer dos teus gestos
delicados,
dos carinhos picantes,
da voz melodiosa, às vezes
lamentosa,
da tranqüilidade,
das horas que correram
desapercebidas.
Nunca mais esquecerei das dunas
brancas,
que inutilmente tentam se
proteger dos ventos.
E quando a noite apagou o dia
e multiplicou lâmpadas de mil
cores nas encostas,
morcegos e tantos pássaros
noturnos
tomaram de assalto nossos sonhos,
e cantarolaram uma música triste,
que fala de despedida,
que faz do tempo um vilão
impiedoso.
Tu nem sabes – mas eu revelo
agora –,
enquanto te abraçava,
no fim da tarde fria
de um sábado diferente de outro
qualquer,
não significavas, naquele momento
mágico,
apenas mais uma mulher.
Te reconheci como alguém muito
especial,
uma sereia,
que brotou do fundo das águas
e veio se aquecer na areia.
Uma mulher mágica,
que me ferve o sangue
e me transforma num vulcão
animal,
indomável como cavalo selvagem,
que corria solto nos campos da
infância.
Desde aquele por do sol,
o café do fim de tarde
se revestiu de uma simbologia
especial.
O suco quente tem o prazer
que guardas no fundo do corpo
sedutor.
O aroma, que exala da xícara,
tem o teu cheiro,
que me envenena
e me torna, a cada dia,
mais e mais dependente do teu
amor.
Então, eu fiz uma promessa,
que não pretendo esquecer,
até porque tinha, por
testemunhas,
as dunas da Lagoa:
Desde agora, até o crepúsculo da
vida,
o teu café quente, no final das
tardes frias,
temperado com gotas de sonhos,
está garantido em testamento,
mesmo que, num certo momento,
falte água ou mesmo o vento
deixe de soprar.
O teu café da tarde,
agora é um ritual sagrado,
conquistado por merecimento,
depois de tantas horas de
mansidão
e paz de espírito,
gestos capazes de causar inveja
até mesmo aos envelhecidos deuses
do Olimpo.
O teu café do fim de tarde
é especial,
porque adoçado com o mel da tua
boca.
O teu café da tarde
sempre brotou do teu sorriso
atrevido
e escorreu pelas curvas do teu
corpo,
ondulações de pecado,
que a natureza desenhou, de
propósito,
só pra me deixar estonteado.
Confesso... Eu também quero
tomar do teu café da tarde,
olhando o revoar das gaivotas,
espreitando as sombras,
que nascem nas cavernas das
montanhas
e enfeitiçam a alma.
E depois do café,
te levarei pela mão,
a um ninho de flores e encantos,
muito mais pecaminoso
que o lendário paraíso.
Quando as gaivotas desenham
montanhas e canoas,
em
vôos rasantes sobre as águas da Lagoa...
Quando
a lua cheia enche de mistério
os
desenhos e labirintos das teias de aranha,
que
brotam dos bilros das rendeiras...
Quando
teu corpo delicado
estremece
de frio,
ao
final de uma tarde preguiçosa...
É hora de te abraçar sem pressa,
para te proteger dos ventos uivantes do sul.
Entre
um café e um doce,
te
dedicarei cento e cinqüenta beijos.
E
bem mais tarde,
à
sombra de outros telhados,
recordaremos
do café do fim de tarde,
das
garças brancas,
que
demarcam os barrancos da Lagoa.
E
como esquecer dos teus gestos delicados,
dos
carinhos picantes,
da
voz melodiosa, às vezes lamentosa,
da
tranqüilidade,
das
horas que correram desapercebidas.
Nunca
mais esquecerei das dunas brancas,
que
inutilmente tentam se proteger dos ventos.
E
quando a noite apagou o dia
e
multiplicou lâmpadas de mil cores nas encostas,
morcegos
e outros pássaros noturnos
tomaram
de assalto nossos sonhos,
e
cantarolaram uma música triste,
que
fala de despedida,
que
faz do tempo um vilão impiedoso.
Tu
nem sabes – mas eu revelo agora –,
enquanto
te abraçava,
no
fim da tarde fria
de
um sábado diferente de outro qualquer,
não
eras para mim,
apenas
mais uma mulher,
mas
alguém muito especial,
uma
sereia,
que
brotou do fundo das águas
e
veio se aquecer na areia.
Uma
mulher mágica,
que
me ferve o sangue
e
me transforma num vulcão animal,
indomável
como cavalo selvagem
dos
campos da infância.
Desde
aquele por do sol,
o
café do fim de tarde
se
revestiu de uma simbologia especial.
O
suco quente tem o prazer
que
guardas no fundo do corpo sedutor.
O
aroma, que exala da xícara,
tem
o teu cheiro,
que
me envenena
e
me torna, a cada dia,
mais
e mais dependente do teu amor.
Então,
eu fiz uma promessa,
que
não pretendo esquecer,
até
porque tinha, por testemunhas,
as
dunas da Lagoa:
Desde
agora, até o crepúsculo da vida,
o
teu café quente,
no
final das tardes frias,
temperado
com gotas de sonhos,
está
garantido em testamento,
mesmo
que, num certo momento,
falte
água
ou
mesmo o vento deixe de soprar.
O
teu café da tarde,
agora
é um ritual sagrado,
conquistado
por merecimento,
depois
de tantas horas de mansidão
e
paz de espírito,
gestos
capazes de causar inveja
até
mesmo aos envelhecidos deuses.
O
teu café do fim de tarde
é
especial,
porque
adoçado com o mel da tua boca.
O
teu café da tarde
sempre
brotou do teu sorriso atrevido
e
escorreu pelas curvas do teu corpo,
ondulações
de pecado
que
a natureza desenhou, de propósito,
só
pra me deixar estonteado.
Confesso... Eu
também quero
tomar
do teu café da tarde,
olhando
o revoar das gaivotas,
espreitando
as sombras,
que
nascem nas cavernas das montanhas
e
enfeitiçam a alma.
E
depois do café,
te
levarei pela mão,
a
um ninho de flores e encantos,
muito
mais pecaminoso
que
o lendário paraíso.
Florianópolis, Lagoa da Conceição
Sábado, 12/07/03.