CANÇÃO DA CHUVA
Baby Espíndola
Tarde de inverno...
Lágrimas
do céu
caindo
preguiçosamente sobre a terra,
lavando
as árvores,
os
jardins, os gramados, as pedras,
e
provocando uma inevitável nostalgia.
Chuva
– melodioso e encantador piano –,
executa
a mais sublime canção de amor
para
a mulher que amo.
Diga
a ela, com todas as rimas
da
mais melodiosa canção,
que
eu sofro de solidão,
que
estou sufocando de saudade.
Diga-lhe,
bem baixinho, delicadamente,
que
eu desejo, intensamente,
envolvê-la
num forte, quente e protetor abraço.
Conte
a ela, que a vida só tem sentido,
quando
vejo o seu sorriso,
nos
lábios encantadoramente sensuais.
Se
ela sorri,
as
flores do campo se abrem
em
encantos de primavera,
os
pássaros cantam encantados,
e
os anjos tocam cornetas,
nas
janelas das nuvens.
Chuva,
beija delicadamente
o
rosto da mulher que eu amo.
Faz
ela acreditar,
que
os respingos gelados
são
gotas das lágrimas
que,
há muito, muito tempo,
eu
venho chorando em silêncio.
E
se ela fechar os olhos úmidos,
permita-lhe
sonhar um filme de sonhos.
Faz
ela imaginar que estamos juntos,
correndo
pelos campos,
abrindo
trilhos entre as flores,
trocando
demorados beijos,
desenhando
o futuro,
cantando
cantigas de encantos.
Chuva,
do telhado,
pinga
suave e ritmado
sobre
os cabelos
da
mulher que tanto amo.
Chuva,
faz florescer as roseiras
e
amadurecer os frutos.
Faz
com que a paz
seja
permanente companheira,
afastando
do rosto dela
até
o mais sutil vestígio de agonia.
Chuva,
chuva das noites de inverno,
compõe
nas nuvens
e
derrama sobre a terra,
uma
canção de amor,
uma
balada dos céus, única e singela.
Melancólica
chuva,
faça
com que ela me ouça,
pois
este é o meu último desabafo,
a
última revelação.
Depois
disso,
silenciarei
para sempre.
Mas,
mesmo o meu silêncio
deverá
ser entendido,
como
uma eterna prova
de
um profundo sentimento.
Chuva
– chicote do rosto e da alma –,
convoca
a orquestra dos anjos
para
que executem,
para
a mais amada das mulheres,
uma
canção de lágrimas...
A canção da chuva.
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