segunda-feira, 11 de julho de 2011

UM ROSTO CHAMADO SAUDADE



Baby Espíndola 

Tinhas, nas atitudes orgulhosas,
a altivez do coqueiro folhas ao vento.
Na voz,
que me sussurrava
melodiosas cantigas,
todos os sons da natureza,
inclusive,
o cantar melancólico do sabiá do fim de tarde
e o gemido da coruja sorrateira,
escondida na ramagem da figueira,
sob a escuridão da noite. Eras


toda mulher,
e me enfeitiçavas com teus encantos. Eras
a árvore para o verde da minha esperança,
o oxigênio da vida tão sonhada. Eras


a neblina, a neve,
no inverno sem fim. Eras

as ondas do mar
nos dias quentes de verão. Eras


os rios que descem das montanhas,
as próprias montanhas,
que meus olhos sobem a sonhar,
a te procurar.
A te procurar sem descanso. Eras


a suavidade das águas dos lagos. Eras
as ondas impetuosas dos oceanos,
nas noites de amor tropical. Eras


o carinho de beija-flor
em volta da flor-amada. Eras

todos os sonhos.
Todas as fantasias.
A minha realidade
ao final de um dia de trabalho,
quando tua energia cósmica me atraia
para o lar entre flores,
dentre as quais eras,

simplesmente,
a mais bela.
A montanha para a neblina do olhar,
os campos de trigo e pão. Eras


a vida. Hoje
és simplesmente saudade.
Com imensa tristeza...
Um rosto chamado saudade.

{Em 06 / set. / 1996}

(Baby Espíndola)

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